





Nossa História...
A leitura surgiu intimamente ligada ao advento da escrita, há 40.000 anos, quando o homem pintava nas paredes das cavernas touros e bisões, renas e cavalos, processo que se desenvolveu quando o homem substituiu a representação visual pela sonora. O sinal se libertou do objeto e a linguagem adquire a sua verdadeira natureza, que é oral, oferecendo à humanidade a comunicação e o relacionamento com os outros homens.
Desde a antiguidade, a leitura e a escrita estavam restritas a poucos privilegiados. Na Grécia, restringia-se aos filósofos e aristocratas. Em Roma, a escrita tornou-se uma forma de garantir os direitos dos patrícios às propriedades.
Durante o período da Idade Média uma minoria era alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos únicos centros da cultura letrada. Nos mosteiros e abadias medievais havia as únicas escolas e bibliotecas da época e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos da herança greco-romana.
No século XV, a invenção da imprensa tornou possível a reprodução de livros e o acesso à leitura para um maior número de pessoas do que até então tinha sido possível. O surgimento da instituição escolar e a alfabetização da massa trabalhadora tornaram possível o acesso à comunicação escrita em larga escala. Porém, até as datas atuais, esse processo não significou uma justa distribuição e acesso ao livro e leitura, sobretudo, quando nos referimos à grande massa da população que representa a classe menos favorecida economicamente.
Apesar de ocupar atualmente o posto de 6ª economia do mundo, o Brasil amarga a posição de 35º no que se refere à educação, conforme dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Dentre as categorias usadas para a avaliação estão os índices que se baseiam na capacidade de leitura e escrita de seus alunos. Se levarmos em consideração apenas a categoria leitura, o Brasil cairia para 55º no ranking.
Vale ressaltar que, embora elogiável no âmbito brasileiro, o desempenho dos melhores Estados são desiguais quando comparados aos melhores exemplos internacionais, como o Japão que tirou 538 pontos em leitura, contra 433 do Rio Grande do Sul, que lidera nessa competência. E para contextualizar a realidade local, constatou-se que dentre os 27 estados brasileiros, o Pará encontra-se na posição 19º quando falamos de alunos leitores levando em consideração as escolas estaduais e municipais.
Compreendendo a imensurável relevância da leitura para o desenvolvimento da educação no contexto amazônico, mais especificamente na capital paraense, e, considerando os baixos índices apresentados nos últimos anos, compreende-se que há a necessidade do Estado e dos Municípios do Pará desenvolverem políticas mais abrangentes e urgentes para a promoção de um trabalho mais contundente de democratização e incentivo à leitura com nossos alunos.
Pensando em tal desafio, em um processo de longo prazo, no ano de 2005, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) cria o Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (SISMUBE) como forma de garantir uma política de leitura comprometida, de fato, com a população belemense.
O Sismube/Died, desde a sua concepção, teve como princípio ressignificar o universo das Salas de Leitura da Rede Municipal de Ensino para que elas se tornassem Bibliotecas Escolares, visando seu fortalecimento e dinamização, com objetivo de democratizar o acesso aos livros e o incentivo à leitura nas Escolas, Unidades de Educação Infantil (UEIs) e Unidades Pedagógicas (UPs).
Tal iniciativa surge da compreensão da importante necessidade de democratização do acesso ao livro e à literatura para alunos e comunidades das escolas públicas vinculadas à Secretaria Municipal de Educação e Cultura do municipio de Belém. Assim, apoia-se na iniciativa do Governo Federal, que cria programas de incentivo à leitura para todo o território nacional, além é claro da própria Constituição Federal em seu Art. 5º, no Plano Nacional do Livro e Leitura, na Lei do Livro – Lei nº 10.753/03 e na Lei de Universalização das Bibliotecas Escolares – Lei nº 12.244/10.
Neste contexto, o Sismube/Died, em parceria com o Programa Nacional de Bibliotecas na Escola (PNBE), fortalece a política do município de Belém com incentivos, verbas e materiais para criação e ampliação de bibliotecas nas escolas municipais de Belém. A parceria tem como foco principal possibilitar o acesso de alunos, professores e famílias à leitura, por intermédio de obras de qualidade disponibilizadas no ambiente escolar.
Com uma proposta mais direcionada, a Semec/Belém tem investido na qualidade do processo ensino e aprendizagem a partir de um de seus eixos, que é o incentivo à leitura e Bibliotecas. Esses investimentos, tais como: como aquisição de livros de literatura, construções, ampliação de bibliotecas, formações continuadas, projetos de incentivo à leitura, interpretação de textos, contações de histórias, difusão da literatura - especificamente as paraenses - são essenciais para a formação de leitores.
Considerado como um dos setores pedagógicos mais ativos da Semec/Belém, o Sismube/Died gerencia os espaços das Bibliotecas Escolares na rede municipal de ensino da capital paraense, pautado nas políticas de incentivo à leitura como base para o trabalho realizado com o livro no ambiente escolar, o qual envolve professores, gestores, alunos e comunidade do entorno.
No período de sua concepção até o presente momento, o Sismube/Died implementa o seu trabalho por meio do desdobramento de inúmeras ações, tais como: construções e revitalizações de bibliotecas, aquisição de acervo e equipamentos, lotação de profissionais, inúmeros projetos de educação e arte-educação, formações técnico-pedagógicas para os profissionais que atuam na Biblioteca, eventos educacionais além de assessoramentos e acompanhamentos.
A continuação desta política de fomento e incentivo à leitura é fundamental e ainda é necessária para a melhoria da qualidade da educação no município. Portanto, o desafio que está posto é o de garantir a permanência de uma política de leitura séria e comprometida com a população de toda a Belém.
Para efetivação deste trabalho, o Sismube/Died ramificou suas competências para alcançar os objetivos fins, os quais se relacionam com a gestão e qualidade das bibliotecas escolares e seus desdobramentos: construção e revitalização de bibliotecas escolares; seleção e aquisição de acervo bibliográfico; organização e gerenciamento pedagógico; projetos; formações e eventos.
O Sismube/Died, além de gerenciar, possibilita a existência e permanência desses espaços de acesso à informação e à leitura de forma mais dinâmica e atraente, se constituindo em ambiente acolhedor e harmonioso que seguem padronização e organização do acervo de forma sistemática, representando verdadeiro modelo de biblioteca escolar que facilita a recuperação e o acesso à informação de maneira mais ordenada, mediante a criação de uma central informatizada contendo dados do acervo de todas as bibliotecas escolares existentes na rede municipal de ensino de Belém.
